
Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), descartaram a possibilidade de avançar com a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Ambos reforçaram que a prioridade do Congresso é a aprovação do pacote de cortes de gastos apresentado pelo Executivo, uma estratégia para economizar R$ 70 bilhões em dois anos.
Em nota, Pacheco justificou que a isenção “não é pauta para agora” e que a implementação dependerá de condições fiscais e crescimento econômico. Para ele, é necessário afastar o que chamou de “medo da impopularidade” ao tratar das contas públicas.
Arthur Lira, por sua vez, declarou que qualquer iniciativa que implique renúncia de receita será debatida somente no próximo ano, após uma análise detalhada de fontes de financiamento e impacto fiscal. “Responsabilidade fiscal é inegociável”, afirmou.
Enquanto isso, a população de baixa renda, que poderia ser beneficiada pela isenção, continua a arcar com o peso de uma carga tributária desproporcional. Economistas questionam a lógica de priorizar cortes em áreas que podem afetar o crescimento econômico e a renda da população mais vulnerável, enquanto medidas de justiça tributária, como a ampliação da faixa de isenção, são deixadas para um futuro incerto.
O pacote de ajuste fiscal, defendido como essencial para a estabilidade das contas públicas, prevê, entre outras medidas, mudanças na idade mínima para aposentadoria de militares e nos parâmetros de reajuste do salário mínimo. Apesar das promessas de economia, as consequências sociais dessas propostas ainda levantam dúvidas.
Enquanto o governo e o Congresso se voltam para a contenção de gastos, milhões de brasileiros aguardam políticas que aliviem o impacto tributário em suas vidas. A incerteza sobre a reforma do IR expõe mais uma vez o abismo entre as necessidades da população e as prioridades do Legislativo.